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Catulle Mendès

Padrão

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«Reste. N’allume pas la lampe…

Reste. N’allume pas la lampe. Que nos yeux
S’emplissent pour longtemps de ténèbres, et laisse
Tes bruns cheveux verser la pesante mollesse
De leurs ondes sur nos baisers silencieux.
Nous sommes las autant l’un que l’autre. Les cieux
Pleins de soleil nous ont trompés. Le jour nous blesse.
Voluptueusement berçons notre faiblesse
Dans l’océan du soir morne et délicieux.
Lente extase, houleux sommeil exempt de songe,
Le flux funèbre roule et déroule et prolonge
Tes cheveux où mon front se pâme enseveli…
Ô calme soir, qui hais la vie et lui résistes,
Quel long fleuve de paix léthargique et d’oubli
Coule dans les cheveux profonds des brumes tristes.»

«Fica. Não acendas a lâmpada…
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Fica. Não acendas a lâmpada. Que os nossos olhos
Se encham de trevas demoradamente, e deixa
Os teus negros cabelos verterem a pesada moleza
De suas ondas sobre os nossos beijos silenciosos.
Estamos ambos cansados, tu e eu. Iludidos
Pelos céus inundados de Sol. Fere-nos o dia.
Embalemos com volúpia a nossa fraqueza
No oceano do entardecer morno e delicioso.
Lento êxtase, sono agitado isento de sonho,
O fluxo fúnebre corre e decorre e prolonga
Os teus cabelos, onde jaz minha fronte pasmada…
Ó tarde serena , que odeias a vida e lhe resistes,
Que longo rio de paz letárgica e de esquecimento
Desliza nos cabelos profundos das brumas tristes.»

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